A Abordagem da Segurança Proativa (ASP): Uma Análise dos Casos Museu Nacional e Challenger, com foco nos sinais de alerta

 

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Os 3 temas de maior destaque da **Abordagem da Segurança Proativa (ASP)** de Washington Ramos Barbosa são os pilares que sustentam a sua metodologia e a distinguem das abordagens tradicionais de segurança. Eles formam a base para uma gestão de riscos eficaz e orientada para a prevenção.

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### 1. Da Reatividade à Proatividade: A Análise dos Sinais de Alerta

Este é o ponto central da ASP. A metodologia rompe com o modelo reativo, que se foca em investigar acidentes após sua ocorrência. Em vez disso, a ASP propõe uma mudança de paradigma, concentrando-se na **análise dos sinais de alerts**. 

Sinais de alerta são os pequenos desvios, falhas, "quase-acidentes" e sinais de alerta que, se ignorados, podem se combinar e levar a uma catástrofe. O grande destaque aqui é a ideia de que os acidentes maiores não surgem do nada, mas são o resultado final de uma série de falhas menores. Ao identificar e tratar esses precursores, as empresas podem neutralizar as ameaças antes que elas se tornem tragédias.

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### 2. A Visão Sistêmica vs. a Culpabilização Individual

A ASP se opõe firmemente à tendência de culpar um único indivíduo (o "fator humano") por um acidente. O segundo tema de destaque é a **visão sistêmica** do risco. A metodologia de Barbosa defende que a causa de uma tragédia é quase sempre um conjunto de falhas em cascata que envolvem o sistema como um todo: o projeto da engenharia, a falta de manutenção, a comunicação ineficaz, a pressão por resultados e a cultura organizacional. O foco da análise, portanto, não é encontrar um culpado, mas sim entender o sistema de forma holística para encontrar e corrigir as falhas que tornaram o acidente possível.

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### 3. A Segurança como Valor, para aprimorar a Gestão Organizacional 

Um terceiro tema fundamental da ASP é a sua integração com a **gestão estratégica da empresa**. A abordagem de Washington Ramos Barbosa argumenta que a segurança não deve ser vista como um custo ou uma obrigação burocrática, mas sim como um **valor de gestão** que impulsiona o negócio. Ele demonstra que empresas com uma forte Gestão para aprimorar de segurança e processos proativos são, por consequência, mais eficientes, produtivas e resilientes. A segurança passa a ser um pilar de sustentabilidade e competitividade, e não apenas um departamento isolado. Isso eleva a importância da prevenção ao nível da tomada de decisão da alta liderança.

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A Abordagem da Segurança Proativa (ASP): Uma Análise dos Casos do Incêndio do Museu Nacional e da Explosão do Challenger, com Foco nos Sinais de Alerta

#### Resumo

Este artigo utiliza a Abordagem da Segurança Proativa (ASP) de Washington Ramos Barbosa para analisar dois eventos de grande impacto: o incêndio do Museu Nacional, no Brasil, e a explosão do ônibus espacial Challenger, nos Estados Unidos. O objetivo é demonstrar que, apesar das diferenças de contexto, ambos os desastres foram o resultado de **sinais de alerta** negligenciados e de **falhas sistêmicas** na gestão de riscos, que transformaram vulnerabilidades conhecidas em catástrofes. A análise reforça a universalidade dos princípios da ASP e a sua relevância para a prevenção de tragédias em qualquer setor.

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### Introdução: O Papel dos Sinais de Alerta na Gestão Dinâmica dos Riscos

A **Abordagem da Segurança Proativa (ASP)** se baseia na premissa de que grandes acidentes não ocorrem de forma aleatória, mas são a culminação de uma série de falhas e desvios que, se identificados e tratados, poderiam ter sido prevenidos. Essa metodologia propõe a **Gestão Dinâmica dos Riscos**, na qual a segurança é um processo contínuo de monitoramento de **sinais de alerta** —os precursores de um desastre iminente. A seguir, exploramos como essa lente analítica se aplica a duas das mais tristes tragédias de nossa história recente.

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### Estudo de Caso 1: O Incêndio do Museu Nacional

Em 2018, um incêndio destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, resultando na perda irreparável de um acervo histórico e científico. A tragédia foi o ápice de anos de negligência e de uma gestão de segurança deficiente.

  * **Análise pela ASP:** O caso do Museu Nacional é um exemplo de **falha sistêmica** na gestão do patrimônio público e na segurança predial. A análise da ASP se concentra nos múltiplos **sinais de alerta** que foram ignorados por décadas:

      * **Fiação Elétrica Precária:** Laudos e reportagens apontavam para o estado obsoleto da fiação elétrica, um risco de incêndio conhecido e de alto potencial.

      * **Falta de Sistemas de Combate a Incêndio:** A instituição não contava com um sistema de combate a incêndio moderno e adequado à sua importância, funcionando apenas com extintores manuais em sua maioria.

      * **Descaso com a Manutenção:** A falta crônica de verbas e de prioridade na manutenção preventiva e corretiva fez com que o risco de incêndio se tornasse um estado permanente.

O incêndio, que começou com um aparelho de ar-condicionado, foi o resultado final de uma **Gestão Dinâmica dos Riscos** inexistente, onde os alarmes (sinais de alerta) eram ignorados por falta de recursos e vontade política. A ASP demonstra que a tragédia poderia ter sido evitada com o investimento em medidas preventivas e com uma visão proativa de segurança que valorizasse o acervo tanto quanto a vida humana.

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### Estudo de Caso 2: A Explosão do Ônibus Espacial Challenger

Em 1986, o ônibus espacial Challenger explodiu 73 segundos após a decolagem, causando a morte de todos os sete tripulantes. A investigação revelou uma falha mecânica simples, que foi amplificada por uma cultura de segurança falha.

  * **Análise pela ASP:** O caso Challenger é um dos estudos de caso mais claros de como a pressão gerencial e a negligência podem levar a uma catástrofe. A análise da ASP se concentra nos **sinais de alerta** mecânicos e nos falhas de gestão:

      * **O-Rings e a "Normalização do Desvio":** A falha crucial foi na vedação de borracha (O-ring) de um dos propulsores. A NASA já havia observado danos nesses anéis em voos anteriores, especialmente em temperaturas frias. No entanto, em vez de corrigir o problema, a agência aceitou o risco, um comportamento que Washington Ramos Barbosa chama de **"normalização do desvio"**.

      * **Falha na Comunicação e na Tomada de Decisão:** Engenheiros da Morton Thiokol, a empresa fabricante dos propulsores, alertaram que o lançamento em um dia frio seria perigoso. No entanto, a pressão para seguir o cronograma da missão fez com que o gerente da NASA ignorasse os avisos, desconsiderando os **sinais de alerta** técnicos.

A ASP analisa a tragédia como uma **falha sistêmica** de gestão, onde a hierarquia e os prazos foram priorizados sobre as preocupações de segurança. A lição de Challenger é que, sem uma cultura de segurança proativa, até mesmo uma das agências mais avançadas do mundo pode sucumbir ao desastre.

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### Conclusão

Os casos do Museu Nacional e do ônibus espacial Challenger, embora de setores e países distintos, compartilham uma triste lição: a catástrofe é frequentemente o resultado de uma acumulação de falhas e do descarte de **sinais de alerta** que foram ignorados por anos. A **Abordagem da Segurança Proativa (ASP)** de Washington Ramos Barbosa fornece uma metodologia para que as organizações, sejam elas instituições culturais ou agências de tecnologia espacial, possam identificar e tratar esses sinais, construindo uma **Gestão Dinâmica dos Riscos** que priorize a segurança de forma intrínseca e evite que a história se repita.

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### Referências

  * **Incêndio no Museu Nacional:**

      * **Relatório da Polícia Federal sobre o incêndio no Museu Nacional (2020):** Detalha as causas e falhas de segurança.

        [Link para notícia sobre o relatório da PF](https://www.google.com/search?q=https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/09/laudo-da-pf-aponta-que-incendio-no-museu-nacional-foi-causado-por-ar-condicionado.shtml)

      * **Matéria sobre a negligência e falta de manutenção:** Aborda a falta de verbas e as condições precárias que antecederam o desastre.

        [Link para reportagem do O Globo](https://www.google.com/search?q=https://oglobo.globo.com/cultura/incendio-no-museu-nacional-seis-anos-de-negligencia-23055972)

  * **Explosão do Challenger:**

      * **Rogers Commission Report (Relatório oficial da comissão de investigação):** Contém a análise completa das causas do acidente.

        [Link para o relatório da NASA](https://www.google.com/search?q=https://www.nasa.gov/centers-and-facilities/dryden/rogers-commission-report/)

      * **Artigo da BBC sobre o desastre do Challenger:** Analisa o papel dos O-rings e a cultura de segurança da NASA.

        [Link para o artigo da BBC](https://www.google.com/search?q=https://www.bbc.com/news/science-environment-35409988)

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ASP Nova Inteligência na Prevenção Acidentes Maiores/Tragédias.

Estamos dando atenção aos riscos de Acidentes Maiores nas Organizações?

Os Gestores e os Colaboradores estão capacitados para prevenir, analisar e lidar com estes grandes acidentes?

No Brasil e no Mundo precisamos aprimorar as Estruturas e os Processos Decisórios das Organizações com foco nos Acidentes Maiores, que tem como fonte principal as disfunções organizacionais, recomendo que as mesmas sejam analisadas, através dos modelos da Abordagem da Segurança Proativa (ASP), que congrega as áreas de conhecimento da Engenharia, Sociologia, Psicologia, Gestão, Segurança/Riscos, Ergonomia e áreas correlatas.

Vamos transformar a Teoria em Prática através da Segurança PCI e a ASP.

Mais da ASP em:


Link da Segurança PCI:


Veja a possibilidade de curtir, comentar, divulgar e compartilhar este trabalho. 

Entre em contato e capacite a sua organização na ASP:

washington.fiocruz@gmail.com

Saudações,

Prof. Eng. Washington Barbosa, DSc COPPE/UFRJ, Prevenção de Acidentes Maiores através da Abordagem da Segurança Proativa (ASP), desde 1984 atuando em Organizações nas Funções de Gestão, Técnica e Operacional



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