Explosão na C.Vale: Polícia Civil conclui inquérito e indicia três pessoas - Destaques da Explosão na Cooperativa de Palotina no Paraná e a Gestão Dinâmica da Segurança - Centro de Estudos e Curso Gestão de Riscos e Prevenção de Tragédias (Acidentes Maiores, Fatais e Graves), através da Segurança Proativa
Explosão na C.Vale: Polícia Civil conclui inquérito e indicia três pessoas
Fonte: Jornal do Oeste
Três pessoas foram indicadas pela Polícia Civil após a conclusão do inquérito policial que apurou as causas e os responsáveis pela explosão num dos silos da cooperativa C.Vale, em Palotina, no dia 26 de julho do ano passado. O gerente de Medicina e Segurança do Trabalho, o gerente geral da unidade em Palotina e ainda o analista operacional deverão responder pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa e poderão pegar uma pena de até 4 anos e meio. Mas isso irá depender da denúncia a ser oferecida pelo Ministério Público.
Passados oito meses após a tragédia que matou 10 pessoas e feriu outras 11, o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Científica está concluído. O delegado Rodrigo Baptista Santos, da 20ª Subdivisão Policial em Toledo, encarregado das investigações, e o perito criminal Lennon Liancato Ruhnke, chefe da Regional de Cascavel da Polícia Científica do Paraná, concederam uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (25), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Palotina, para dar detalhes do trabalho.
A causa do acidente foi uma faísca de uma pá utilizada para retirar grãos dos túneis onde começou a explosão. Embora não seja proibido, o uso de ferramentas metálicas não é recomendando neste tipo de ambiente de trabalho. A Polícia concluiu ainda uma série de falhas na manutenção dos túneis e naquela unidade específica, com alertas emitidos pelas equipes de manutenção e de segurança do trabalho desde 2021 pelo menos. As faíscas produzidas pelo contato das pás no solo – comprovadas durante a investigação em laboratório – e a poeira explosiva do ambiente dos silos provocou a explosão.
Fontes: Acessa, G1, Portal Maquinas Agricolas, AviSite
Por: Washington Barbosa
A explosão de armazéns de grãos da unidade em Palotina, no Paraná, da cooperativa C.Vale. A explosão, no final da tarde de 26/07/2023, deixou 10 trabalhadores mortos, além de 11 feridos.
O acidente em Palotina atingiu quatro silos, que armazenavam 12 mil toneladas de soja e 40 mil toneladas de milho. De acordo com equipes do Corpo de Bombeiros, as vítimas foram encontradas nos túneis subterrâneos ligados aos silos.
A Polícia Civil do Paraná instaurou um inquérito para apurar o caso logo após o acidente.
A C.Vale é uma cooperativa agroindustrial -produção de soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango, peixe e suínos- com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai.
Vídeo 1 - Explosão na Cooperativa de Palotina no Paraná.
Vídeo 2 - Corpo de Bombeiros no início da resposta da emergênica
Vídeo 3 - Câmara de segurança externa e interna mostrando o momento exato da explosão e informações iniciais do acidente
Abaixo vídeo de explosão por poeiras em suspensão:
Vídeo 5 - CBS de uma explosão em 2008 em uma usina de açúcar nos USA
Uma questão que pode ser utilizada neste caso e em questões similares.
Gestão Dinâmica da Segurança, áreas de normalidade, alerta e emergência, mais informações na descrição do vídeo abaixo.
Vídeo 5 - Gestão Dinâmica da Segurança.
Principais riscos em silos
Embora uma das principais causas de morte em silos seja o soterramento por grãos, outros perigos cercam os trabalhadores que atuam nesses armazéns.
Segundo Paula Scardino, coordenadora nacional da NBR 14.787 e da 16.577 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Membro do GT Tripartite Patronal e da nova NR-33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados, entre os principais riscos em silos estão ainda explosão por pós, poeiras ou fibras combustíveis, explosão de gás, como o metano, intoxicação por gases tóxicos, como pelo gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (H₂S) , deficiência de oxigênio – causada normalmente pelos gases da família asfixiante simples, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH₄) –, além de inundação, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas, escorregamento, impacto, esmagamento, amputações e outros.
Poeiras combustíveis
A especialista ressalta que “o comportamento de atmosferas perigosas de gases é totalmente diferente do comportamento das poeiras combustíveis”. No caso de poeiras combustíveis, os perigos encontram-se com a junção dos seguintes elementos:
• poeira combustível em suspensão (normalmente presente nas esteiras, nos elevadores ou no processo em geral);
• a concentração da poeira combustível deve estar na faixa ideal, entre o limite inferior de explosividade e o limite superior de explosividade;
• ar – oxigênio presente na atmosfera;
• espaço confinado; e
• fonte de ignição de potência adequada.
Ela afirma que “o controle de fontes de ignição potenciais devem ser conhecidas por todos os profissionais que operam silos ou graneleiros”, diz. Paula também elenca as principais fontes de ignição:
• Origem eletrônica: equipamentos eletrônicos em geral, como rádios, celulares e lanternas;
• Origem elétrica: fios, tomadas, botoeiras, luminárias, arco elétrico, solda, centelhas nas escovas do rotor, descarga atmosférica, raios etc.;
• Origem mecânica: esteiras, elevadores de caneca, moinhos e elevadores;
• Origem eletrostática: fricção, atrito, transferência de gases, líquidos, querosenes de aviação, óleo diesel, óleo lubrificante, gasolina, solventes; e
• Superfícies aquecidas: linhas de energia, resistência de aquecedores e lâmpadas.
Explosões de armazéns de grãos, como a que aconteceu na C.Vale, em Palotina/PR, não são comuns. No entanto, podem ocorrer muito facilmente, se os responsáveis pela estrutura não tomarem as devidas precauções. A precaução mais importante é a redução da poeira suspensa no ar dentro do armazém. A advertência é de Adriano Mallet, consultor em armazenagem de grãos e diretor técnico da empresa Agrocult, em declaração para o portal AviSite.
“Em um silo, que é um espaço confinado, o combustível é o pó suspenso no ar. Se a quantidade de pó presente no ar for densa, muito grande, basta uma faísca, causada por curto-circuito elétrico, um isqueiro, chama de solda, ou qualquer outra origem, para dar a ignição que leva à reação rápida do oxigênio com as partículas de pó, gerando a explosão”, explica.
Para reduzir a poeira de grãos no silo ou armazém, Mallet recomenda duas estratégias: captação e exaustão. No caso da captação, o consultor aconselha a instalação, em todos os pontos prováveis de geração de poeira, de sistemas de captação do ar com canalização que leve a um filtro de manga. O objetivo é reter o pó no filtro e liberar, dentro do ambiente, um ar mais limpo.
Além disso, é aconselhada a instalação, na cobertura do armazém ou silo, de algum sistema de exaustão, para que o ar carregado com poeira seja removido para fora. “Dessa forma, reduzimos a densidade de partículas em suspensão no ar, reduzindo a chance de uma explosão caso ocorra algum tipo de chama ou faísca no local”, explica o consultor.
Link da reportagem:
Link com os artigos do Centro de Estudos Gestão de Riscos e Curso Prevenção de Tragédias:
Link com o case da Tragédia da Implosão do Submersível Titan:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/06/implosao-do-submersivel-titan-as.html
Link com a o case da Tragédia do deslizamento de encosta e morte de dezenas de pessoas do Litoral Norte de São Paulo:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/02/tragedia-no-litoral-norte-de-sao-paulo.html
Link sobre os Times de Aprimoramento da Segurança (TAS), através da Abordagem da Segurança Proativa:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/07/times-de-aprimoramento-da-seguranca-tas.html
E-mail de contato para maiores informações:
washington.fiocruz@gmail.com
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Washington Barbosa
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