Informes Inicias e Destaques - Incêndios florestais no Havaí matam 111 pessoas; moradores entram no mar para se proteger - Construção Sociotécnica do Risco e a Abordagem da Segurança Proativa
INFORMES INICIAIS E DESTAQUES
Incêndios florestais no Havaí matam 111 pessoas; moradores entram no mar para se proteger
A governadora do Havaí, Sylvia Luke, decretou estado de emergência. Estradas e escolas foram fechadas por causa do fogo, e só os funcionários de serviços de emergência podiam circular.
Por Washington Barbosa
Fontes: g1, BBC, CNN e SIC NOTÍCIAS
A ilha de Maui, no estado do Havaí, nos Estados Unidos, foi atingida por diversos incêndios florestais nos últimos dias. Ao todo, 111 pessoas morreram por causa dos incêndios, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelas autoridades norte-americanas.
O desastre começou pouco depois da meia-noite de terça-feira (8), quando um incêndio foi relatado na cidade de Kula, a cerca de 55 km de Lahaina.
O total de vítimas fatais, no entanto, não é definitivo e deve aumentar à medida que cães farejadores vasculham as ruínas de Lahaina. Os animais treinados só cobriram 3% da área de busca, disse o chefe de polícia do condado de Maui, John Pelletier.
Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas, embora uma contagem precisa não esteja clara.
O número de mortos no Havaí ultrapassou o registrado em um incêndio em 2018 na cidade de Paradise, Califórnia: 85. É também o maior número de vítimas fatais em um incêndio florestal desde 1918, quando o incêndio de Cloquet em Minnesota e Wisconsin matou 453 vidas.
Turistas e moradores tiveram que fugir das chamas. Algumas pessoas entraram na água do mar para escapar da fumaça e do fogo, até serem resgatadas pela Guarda Costeira. A Cruz Vermelha Americana abriu um centro para receber pessoas deslocadas.
Noah Tomkinson, um adolescente de 19 anos da cidade de Lahaina, no Havaí, gravou um vídeo da família dele se protegendo na água do mar durante o incêndio que destruiu o local no último dia 8 de agosto.
A família escapou por pouco da morte. Eles ficaram cinco horas no mar, enquanto o fogo descontrolado consumia a cidade.
Noah e sua família estavam em casa quando perceberam que as chamas estavam se aproximando. Eles tentaram abandonar a cidade de Lahaina de carro, mas ficaram parados na estrada por causa do trânsito.
Foi depois disso que entraram na água.
Vídeo pessoas ao mar para fugir do incêndio no Havai
As mortes ocorreram na localidade de Lahaina, Havaí, informou o condado de Maui. Mais de 11 mil pessoas precisaram ser retiradas de suas casas.
A governadora do Havaí, Sylvia Luke, decretou estado de emergência. Estradas e escolas foram fechadas por causa do fogo — só os funcionários de serviços de emergência podiam circular.
Os incêndios, alimentados pelos fortes ventos do furacão Dora, que passou ao sul, pegaram a ilha de Maui de surpresa. Carros foram carbonizados e prédios históricos foram destruídos.
O incêndio durou toda a noite de quarta-feira (9).
As autoridades disseram anteriormente que 271 estruturas foram danificadas ou destruídas pelas chamas, e dezenas de pessoas ficaram feridas.
Ventos fortaleceram os incêndios
Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, os atuais incêndios florestais ficaram fortes devido a uma combinação de condições: vegetação seca, ventos fortes e baixa umidade. Um furacão também piorou as chamas em todo o estado.
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Vídeo da Abordagem Sociotécnica Estruturada
Questões que se destacam com base nas informações atuais.
Variável Exógena:
Os ventos do furacão e os incêndios como eventos da natureza se combinaram causando a tragédia.
Uma mistura perigosa de condições contribuiu para tornar o nível de destruição causada pelos fogos no Havai particularmente elevado, como ventos fortes, humidade baixa e vegetação seca.
Os cientistas também apontam o contributo das alterações climáticas para o aumento da probabilidade de ocorrência de eventos meteorológicos, como o que está a decorrer na ilha de Maui, onde já morreram dezenas de pessoas e uma cidade histórica foi devastada.
"Está a conduzir a estas combinações imprevisíveis ou inesperadas a que estamos a assistir agora e a alimentar este fogo extremo", disse Kelsey Copes-Gerbitz, investigadora de pós-doutoramento na Faculdade de Silvicultura da Universidade de Colúmbia Britânica.
"O que estes (...) catastróficos incêndios estão a revelar é que ninguém está imune ao problema", acentuou.
Que fenómeno é este?
Segundo meteorologistas, diferenças elevadas na pressão atmosférica estão a causar ventos fortes, de ocorrência rara, que alimentam as chamas destruidoras.
O clima do Havai conhece estes ventos. Resultam do movimento do ar do sistema de altas pressões a norte do Havai - conhecido como o Alto do Pacífico Norte - para a área de baixas pressões no Equador, a sul do Estado.
Mas o furacão Dora, que passou a sul das ilhas esta semana, está a exacerbar o sistema de baixa pressão e a aumentar a diferença na pressão atmosférica, o que leva à criação de "raros ventos fortes", disse Genki Kino, meteorologista do Serviço Meteorológico dos EUA, colocado em Honolulu.
O climatologista do Estado do Havai Pao-Shin Chu disse que foi apanhado desprevenido pelo impacto que o Dora está a ter a uma distância de 800 quilómetros.
"O furacão Dora está muito distante do Havai, mas temos aqui estes fogos. Isto é algo que não estávamos à espera", disse.
Ventos fortes, combinados com humidade baixa e uma abundante vegetação seca que arde facilmente, podem aumentar o perigo dos incêndios, mesmo numa ilha tropical como a Maui.
"Quando estas condições se verificam todas ao mesmo tempo é o que Serviço Meteorológico designa por 'condições de alerta vermelho'", disse Erica Fleishman, diretora do Instituto de Investigação em Alterações Climáticas da Universidade estadual do Oregon.
Já Clay Trauernicht, cientista do fogo na Universidade do Havai, afirmou que a época das chuvas pode levar espécies invasoras, como a relva da Guiné, a crescerem até 15 centímetros por dia e atingirem uma altura de três metros. Quando seca, representa uma autêntica caixa de pólvora pronta para arder.
"Estas relvas acumulam combustível muito rapidamente", disse Trauernicht, que acrescentou: "Em condições mais quentes e secas, com chuvas variáveis, apenas exacerbam o problema".
As alterações climáticas não apenas aumentam o riso de incêndio, ao fazerem subir a temperatura, mas também por aumentarem a força dos furacões. Depois, estes furacões podem alimentar ventos fortes, como o que está por trás dos fogos em Maui.
"Há uma tendência crescente na intensidade dos furacões a nível mundial, em parte porque o ar mais quente tem mais água", disse Fleishman. "Além disso, o nível do mar está a subir a nível mundial, pelo que se tende a ter inundações mais severas resultantes de um furacão quando chega a terra".
"Estes tipos de desastres relacionados com as alterações climáticas estão realmente além das coisas com as quais estamos habituados a lidar", admitiu Copes-Gerbitz. "Este género de desafios, múltiplos e inter-relacionados, pode realmente conduzir a um desastre", concluiu.
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Vídeo da Gestão Dinâmica da Segurança
Área de Alerta:
Houve o alerta do furacão e a remoção de 11.000 pessoas, mas a morte das 93 pessoas necessita ser melhor esclarecida.
Autoridades prometeram reexaminar os sistemas de notificação de emergência depois que moradores questionaram se mais poderia ter sido feito para avisá-los antes de o incêndio atingir suas casas. Alguns foram forçados a entrar no Oceano Pacífico para escapar das chamas.
As sirenes ao redor da ilha - destinadas a alertar sobre desastres naturais iminentes - não soaram, e as falhas generalizadas de energia e celular dificultaram outras formas de alertas.
Há 20 anos morando em Maui, o fotógrafo santista Rodrigo Moraes teve sua casa destruída pelo fogo. O brasileiro é uma das milhares de pessoas atingidas pela tragédia desta semana, que reduziu a cinzas a cidade histórica de Lahaina, um dos principais polos turísticos na costa Oeste.
"Começou com um pouco de fogo na montanha, ninguém se preocupou, só ficamos um pouco em alerta. Uma vez a gente olhou e estava bem pequena a fumaça e meia hora depois já a fumaça já estava tomando conta da cidade toda", lembra o fotógrafo.
Moraes disse que não teve nenhum alerta e nem alarmes ordenando para evacuar. Ele saiu de caminhonete com a noiva, a californiana Michelle, e os dois filhos, Rio (2) e Isa (7), além do gato e do cachorro.
"A gente olhou aquela fumaça toda e falei para minha noiva: 'vamos embora'. Só deu tempo de pegar um pouco do meu equipamento de trabalho, ela fez uma bolsa de roupas, pegamos os passaportes e fomos embora com o meu carro, deixamos o dela [noiva] lá, porque a gente estava preocupado de que teria muito trânsito".
Foram para uma montanha e ficaram estacionados na pista, moradores da região os convidaram para ficar em uma casa, mas após três horas o fogo também começou a chegar na localidade e tiveram que evacuar novamente.
A deputada do Havaí Jill Tokuda disse, em entrevista ao programa CNN This Morning, da CNN Internacional, que o estado “subestimou a letalidade e a rapidez do fogo” e não planejou reforços em seu sistema de alertas de emergência para conter os incêndios florestais.
“Não é como se ventos com força de furacão fossem desconhecidos no Havaí, ou arbustos secos, ou condições de bandeira vermelha. Já vimos isso antes com o furacão Lane. Não aprendemos nossa lição com Lane (em 2018) — que os incêndios florestais podem surgir como resultado de fortes ventos de furacão abaixo de nós, ao sul”, disse Tokuda.
“Temos que ter certeza de que faremos melhor.”
Em 2018, quando o furacão Lane se aproximou do Havaí, os incêndios florestais queimaram um total de 2.330 acres em Maui. No ano seguinte, os incêndios em Maui queimaram cerca de 9,5 km². No entanto, em um relatório do ano passado, a agência de gerenciamento de emergência do Havaí descreveu o risco de incêndios florestais para a vida humana como “baixo”.
As críticas à reação das autoridades são cada vez maiores, pois os moradores reclamam da falta de alertas sobre a chegada do incêndio, que deixou dezenas de pessoas presas na cidade turística.
"A montanha atrás de nós pegou fogo e ninguém nos disse", reclamou Vilma Reed, de 63 anos.
A procuradora-geral do Havaí, Anne Lopez, anunciou a abertura de uma investigação sobre como a crise foi gerenciada, com "uma revisão exaustiva da tomada de decisões críticas e das políticas em vigor" na região.
O governador defendeu o trabalho das autoridades e disse que a situação se complicou, porque vários incêndios aconteceram ao mesmo tempo, alimentados por fortes ventos.
"Com essa tempestade, duvidamos de que teríamos conseguido fazer algo mais com um incêndio tão forte e rápido como esse", disse ele.
Mauí teve problemas no fornecimento de energia, o que impediu que os habitantes recebessem alertas em seus telefones.
Reino do Havaí
O Reino do Havaí foi estabelecido em 1795 depois que o rei Kamehameha, primeiro governante, conquistou várias ilhas no arquipélago.
Em 1802, ele mudou a capital para Lahaina que sempre preservou a cultura polinésia.
Dentre as perdas de patrimônio histórico estão uma igreja que neste ano, em maio, comemorou 200 anos e uma escola de imersão, uma das poucas do arquipélago que ensinam a língua e cultura havaiana e que dava assistência a crianças de famílias carentes locais.
No centro histórico está também uma das figueiras mais antigas dos Estados Unidos, plantada em 1873, que se expandiu por quase 2 mil m².
Funcionários do condado disseram que ela “parece queimada”, mas as raízes ainda podem estar saudáveis.
O incêndio de Lahaina já é o desastre natural mais mortal do estado do Havaí desde o tsunami de 1960, que matou 61 pessoas, na Big Island.
O custo para reconstruir Lahaina foi estimado em US$ 5,5 bilhões, de acordo com a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA): foram mais de 2.200 estruturas danificadas ou destruídas e mais de 2.100 acres (850 hectares) queimados.
Figura - Revista Proteção sobre o Curso On-Line Gestão de Riscos e Prevenção de Tragédias
Link da reportagem:
Figura - Grupo de Whatsapp do Centro de Estudos e Curso Gestão de Riscos e Prevenção de Tragédias
Link com os artigos do Centro de Estudos Gestão de Riscos e Curso Prevenção de Tragédias:
Figura - Artigos do Centro de Estudos Gestão de Riscos e Curso Prevenção de Tragédias
Incêndio no Havai.
Que se passa no Havai? A construção sociotécnica do risco. A mistura perigosa que levou à destruição extrema. Reportagem de hj da Revista Norminha.
Os incêndios no Havai causaram um elevado nível de destruição e de vítimas mortais. Por trás destes eventos, está uma “mistura perigosa”. Os cientistas explicam.
Mais informações em:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/08/incendios-florestais-no-havai-matam-53.html
Explosões em Palotina
Explosões de armazéns de grãos, como a que aconteceu na C.Vale, em Palotina/PR, não são comuns. No entanto, podem ocorrer muito facilmente, se os responsáveis pela estrutura não tomarem as devidas precauções. A precaução mais importante é a redução da poeira suspensa no ar dentro do armazém. A advertência é de Adriano Mallet, consultor em armazenagem de grãos e diretor técnico da empresa Agrocult, em declaração para o portal AviSite.
“Em um silo, que é um espaço confinado, o combustível é o pó suspenso no ar. Se a quantidade de pó presente no ar for densa, muito grande, basta uma faísca, causada por curto-circuito elétrico, um isqueiro, chama de solda, ou qualquer outra origem, para dar a ignição que leva à reação rápida do oxigênio com as partículas de pó, gerando a explosão”, explica.
Mais informações em:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/08/destaques-dos-informes-iniciais-da.html
Figura - Reportagem da Revista Norminha sobre o Acidente Maior - Incêndio no Havaí
Análise da Implosão do Submersível Titan através dos Modelos da Abordagem da Segurança Proativa - Reportagem na Revista Norminha de Segurança
O alerta foi dado, há 5 anos, associação disse que submarino passaria por catástrofe, mas diretor da empresa não mudou os planos, diz jornal
O Titan, o submersível que sumiu em um passeio para levar turistas aos destroços do Titanic, não foi submetido à agência de avaliação de riscos.
Mais uma tragédia em que o alerta de especialistas não foi seguido.
As escolhas de design e materiais do submarino podem ter causado a implosão.
Área interna mais espaçosa, e, por isso, o submarino era mais vulnerável à pressão externa que a água exerce, essa mudança tem consequências na fadiga e na delaminação; entenda:
Fadiga: com o tempo, a tensão repetida em um material causa pequenas trincas na superfície. Essas pequenas trincas se propagam devagar, e esses danos vão se acumulando até que haja uma falha. Essa característica é chamada de fadiga.
Delaminação: superfícies de materiais compostos, como fibra de carbono, têm camadas ou placas. A delaminação é o processo físico pelo qual essas camadas começam a se separar umas das outras
Mais informações no link da postagem:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/06/implosao-do-submersivel-titan-as.html
A tragédia no litoral norte de São Paulo causada por uma chuva recorde, causou mortes, pessoas estão desabrigadas ou desalojadas, expondo um profundo traço de desigualdade na região.
O balanço da Defesa Civil aponta 65 mortes (64 em São Sebastião e 1 em Ubatuba).
Segundo o último boletim estadual, divulgado às 18h deste domingo, são 1.109 desalojados e 1.172 desabrigados na cidade.
Além do trabalho de resgate, os bombeiros também agem para tentar convencer os moradores de áreas de risco a deixarem suas casas enquanto a situação não for normalizada.
O que aconteceu?
Dezenas de pessoas morreram, casas foram destruídas e rodovias bloqueadas após um temporal histórico que atingiu o Litoral Norte de São Paulo durante o último fim de semana.
A chuva começou no sábado (18). Durante a noite, ela já era muito forte e não parou mais. Por conta disso, a maioria dos estragos começou já na madrugada de domingo (19).
A cidade mais prejudicada foi São Sebastião. A Vila Sahy, na Costa Sul do município, foi a mais atingida por deslizamentos de terra e ficou totalmente destruída. O local soma a maior parte das vítimas da tragédia.
Mais informações no link:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/02/tragedia-no-litoral-norte-de-sao-paulo.html
Link sobre os Times de Aprimoramento da Segurança (TAS), através da Abordagem da Segurança Proativa:
https://gestaoproativawb.blogspot.com/2023/07/times-de-aprimoramento-da-seguranca-tas.html
Figura - Times de Aprimoramento da Segurança (TAS)
E-mail de contato para maiores informações:
washington.fiocruz@gmail.com
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Washington Barbosa
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